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Favela Orgânica: cozinha inclusiva e criativa no Morro da Babilônia e Chapéu Mangueira

Confira a história da Regina Tchelly, criadora do projeto favela orgânica, em entrevista para o Blog da Benfeitoria.

Nunca se falou tanto em aproveitamento de alimentos como hoje, mas há oito anos atrás, quando o assunto parecia uma realidade muito distante, Regina Tchelly, paraibana de Serraria, teve uma ideia mirabolante e criou o Favela Orgânica.

O projeto, que neste mês faz aniversario, aproveita cascas, talos, sementes; tudo aquilo que normalmente é descartado na culinária tradicional, e transforma em receitas criativas, saborosas e nutritivas.

De 2011 pra cá, muita coisa rolou. Ao chegar no Rio, em 2011, Regina começou a trabalhar em uma casa como empregada, e ao ir à feira, se deparou com uma realidade muito preocupante (e infelizmente ainda atual), o desperdício.

Não é à toa que ocupamos a décima posição entre os países que mais desperdiçam alimentos no mundo, segundo estimativa do Instituto Akatu realizada em 2016.

Através desse cuidado com os alimentos, o projeto Favela Orgânica começou a ganhar forma, e as simples idas à feiras tomaram um rumo muito maior do que ela imaginava.

A cozinheira começou a pedir aos feirantes os alimentos descartados, e a partir disso, começou a criar e ressignificar novos sabores, além das diversas formas de manusear os alimentos. Dessa forma, Regina descobriu uma nova relação com o alimento e a como ser uma “cozinheira diferente”.

E a sua nova relação com a comida não parou por aí. Regina entendeu que a questão não era apenas alimentar e sustentável, como também social.

Na esfera social – o favela orgânica contribui para a diminuição do desperdício – no sustentável,  aproxima os pequenos produtores agrícolas da cidade e no cultural, questiona alguns hábitos bem presentes na mesa dos brasileiros.

“Se não tem proteína na mesa, seja carne ou frango, não há fartura.”

Tudo isso motivou Regina cada dia mais a ingressar de vez na gastronomia alternativa, que a tornou mundialmente conhecida pelas suas mais famosas invenções como o arroz colorido de casca de banana-verde.

Para que o projeto Favela Orgânica continue existindo e valorizando uma comida de verdade, (sem rótulos, para todos e para todas as classes sociais), precisamos da sua ajuda.

Esse ano o projeto enfrenta mudanças e desafios estruturantes, e por isso foi criada uma campanha de crowdfunding para torna-lo financeiramente sustentável.

Clique aqui e mantenha as aulas sobre o ciclo da vida e ciclo do alimento – da origem ao fim – existindo para os moradores da Babilônia e do Chapéu Mangueira, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

O favela orgânica é um projeto muito necessário para a sobrevivência do planeta. Regina Tchelly