Registros escritos por Julia Sette
Dia das crianças é benfeitoria
Desafio lançado: que projeto financiado na Benfeitoria simboliza seu sonho de infância?
6 dicas para sair suave do vale de arrecadação
Dizem por aí que só quem já fez uma campanha de financiamento coletivo entende quanta dedicação está envolvida nesse processo. A dinâmica é poderosa e o resultado vale toda a caminhada, mas é bem verdade que exige bastante esforço dos que botam para fazer! Cada campanha pede estratégias diferentes de mobilização e arrecadação para chegar ao final com sua meta batida! E ao longo dos últimos cinco anos, identificamos alguns padrões. Um deles, por exemplo, é que os dois momentos de maior força de arrecadação de uma campanha são o início dela – carregando todo o status de novidade – e sua reta final – carregando toda a urgência de quem precisa bater a meta. Entre esses dois picos, existe um período em que a arrecadação é mais lenta, e a mobilização da rede mais desafiadora. É o que chamamos do vale de arrecadação. Nesse momento, é comum que o ritmo diminua… porém, com os devidos esforços, é possível SIM evitar o marasmo! Separamos algumas dicas para vocês passarem “voando” pelo vale e continuarem arrecadando bem, mesmo nesse período. Vamos lá! 1) Checar quem foram os colaboradores até aquele ponto para correr atrás dos próximos e falar diretamente com cada um Se você foi um bom(a) aluno(a) da nossa Universidade do Financiamento Coletivo (UFC), deve ter mapeado a sua rede e feito uma lista de possíveis colaboradores antes de começar a campanha. Chegado o temido vale, é a hora de acessar a lista de quem já colaborou na Benfeitoria e usar diferentes abordagens para quem ainda não o fez. O realizador da campanha tem acesso online (e fulltime!) à lista de benfeitores completa, com nome e email de cada um deles. Para acessar essa lista, basta fazer o login na plataforma com o email cadastrado pelo realizador do projeto, clicar na ferramentinha (canto superior direito da tela) e ir para o “Painel do Realizador”. A ideia é checar quem ainda não colaborou e convidar gentilmente essas pessoas a contribuir! Só post no Facebook não faz milagre, então aposte no um a um: via inbox, whatsapp, ligação, etc. 2) “Campanha” Traz + 1 Nossa sugestão aqui é lançar o movimento traz + 1 ou #traz+1 ou #trazmaisum direcionado para quem já colaborou para a sua campanha. É uma convocação muito simples e factível: se cada um dos benfeitores trouxer mais um colaborador, isso significa dobrar (ou pelo menos dar um super salto) na arrecadação. Vale pai, mãe, irmã, papagaio ou piriquito! Chama todo mundo! 3) Cotas por pessoa da equipe envolvida no projeto dentro de um prazo estipulado Você não está tocando esse projeto sozinho(a), não é mesmo? A ideia aqui é estabelecer uma “cota” de colaborações para cada um da equipe trazer, dentro de um prazo combinado entre todos. Por exemplo: se são 5 pessoas envolvidas num projeto que ainda precisa arrecadar R$1.500, vocês podem definir uma cota de R$300 em contribuições para cada uma, a serem conquistados em cinco dias. Isso pode significar: 1 colaborador de 300,00 3 colaboradores de 100,00 10 colaboradores de 30,00 e por aí vai. Metas por pessoa e por períodos curtinhos pode ser uma estratégia bem eficiente – e potencialmente divertida! – para dar um gás na campanha e na própria equipe! 4) Recompensas-relâmpago Que tal atrair mais colaboradores com novas recompensas super atraentes? Aqui, o foco é mirabolar e colocar em ação recompensas relâmpago irresistíveis! Custo benefício é chave do sucesso. Vale colocar um número restrito e divulgar como “aproveitem essa oportunidade!” e “é limitado!”. 5) Eventos onlife Faça pelo menos um pequeno evento para falar sobre a campanha. A estratégia é bem eficiente, porque mesmo aqueles que não podem comparecer sentem o chamado de colaborar. Olho no olho é muito poderoso! Além disso, é mais uma chance de dar uma palhinha daquilo que você está tentando financiar coletivamente. Se for um CD, que tal um pocket show? Se for uma peça de teatro, um ensaio aberto talvez? Um bate-papo? Use a criatividade! 6) Imprimir boletos e passar o chapéu Tem gente que diz não saber usar a plataforma, ou não gostar de usar a internet ou o computador. Para esses casos, você pode cortar o caminho e já imprimir boletos de diferentes valores e entregar a elas para diminuir as barreiras de engajamento. Da mesma forma funciona o chapéu, você recolhe o dinheiro e depois efetua a colaboração você mesmo na plataforma. Mas atenção: em ambos os casos, se as pessoas quiserem as recompensas equivalentes ao valor da colaboração, você precisará fazer um controle interno dessas recompensas anotando quem colaborou com quanto e qual recompensa deverá receber em troca. E aí? Acha que com essas dicas dá para encarar o vale de arrecadação com mais leveza? Serviu como injeção de ânimo para você começar a sua campanha de financiamento coletivo hoje? Envie o rascunho do seu projeto pra gente! Nossa consultoria é gratuita: www.benfeitoria.com/arrecade. Vamos juntos! 😉
Vida como ela é – a lógica do status quo
A lógica do status quo é realmente poderosa. Ainda me surpreendo com ela quando rompo a minha própria e tiro um tempo para refletir sobre certos comos e porquês. Somos moldados desde quando fazemos parte apenas de um imaginário a sermos do jeito que devemos ser, a agirmos da forma como julgam adequado, a sonharmos com metas pré-determinadas e a aceitarmos “a vida como ela é”. Pois bem. A vida-como-ela-é é assim… nascemos, crescemos, frequentamos o colégio, buscamos a glória do diploma da faculdade e depois a estabilidade de um trabalho adequado que carregue em suas 8 horas diárias a permissão para mantermos uma família idealizada com hábitos de consumo bastante questionáveis. Tudo bem, tudo bem… nem todo mundo é assim, é claro. Mas a tal lógica do status quo, fantasiada de um cliché sufocante mascarado nas cobranças daquela tia avó na festa de Natal que não consegue entender o-que-você-com-25-anos-está-fazendo-que-ainda-não-tem-uma-noiva-e-não-está-empregado-numa-grande-corporação, acaba colocando um pesinho nas asas até dos mais sonhadores. (Aliás, pare e reflita: a tal lógica é tão, mas tão poderosa, que até mesmo a vida-como-ela-é que aqui questiono é um privilégio, um privilégio de pouquíssimos). Enfim. A vida-como-ela-é pode não ser muito prazerosa, e em grande parte das vezes, é bastante cansativa. Mas é assim… fazer o quê? Faz parte: essa lógica nos impõe trocas. Se você quer ser feliz, precisa consumir. Se quer consumir, precisa trabalhar. E se precisa trabalhar, bem… não dá para exigir prazer do nosso campo profissional, não é mesmo? Por isso, somos moldados a acreditar que certos sacrifícios são, além de aceitáveis, justificáveis. E a vida-como-ela-é continua assim sendo, até não ser mais. Pois bem. Não aguentei deixá-la ser até deixar de ser. A minha vida só foi como-ela-é por duas décadas. No auge dos meus 20 anos, percebi que meus sacrifícios não eram justificáveis. Que não havia nada de aceitável em uma rotina diária de cinco horas numa faculdade que pouco me inspirava, seis num trabalho que eu detestava e mais três num trânsito que só não era mais detestável porque parecia, de certa forma, uma metáfora da minha própria vida: parada ou perseguindo trajetórias pré-determinadas. Olha, você não precisa acreditar em Deus, mas tendo a dizer ser impossível escapar da crença numa força incrível que rege o universo e que nos coloca exatamente onde precisaríamos estar. Foi essa força que me colocou diante de um post no Facebook, no dia 16 de junho de 2015, que, no auge dos meus 20 anos, no auge dos meus sacrifícios questionáveis, me apresentaria uma lógica que deixava o status quo – da vida e do mundo – no chinelo. Equipe de projetos da Benfeitoria CONTRATA! Completei, neste mês, um ano imersa em vida nova. Um ano de vida-como-eu-quero-que-seja. Um ano de empoderamento: o meu caminho de trabalho, de prazer, de sonho, de consumo e de ação é benfeitor. Tendo a acreditar que a Benfeitoria não é só uma empresa que disponibiliza e inova, como negócio, uma dinâmica inegavelmente poderosa: o financiamento coletivo. Muito mais do que isso, a Benfeitoria é como time e corpo orgânico uma dinâmica própria tão poderosa quanto. Somos e tentamos ser a mudança que queremos ver no mundo, a vivência em si da cultura que queremos fomentar: do carinho, do cuidado, da colaboração. Encontrei no meu ano benfeitor, não colegas de trabalho, mas amigos e companheiros de caminhada. Encontrei no meu ano benfeitor não só a oportunidade de dar consultoria para a arrecadação dos projetos deslancharem, mas a minha oportunidade própria de arrecadar felicidade e esperança em forma de histórias lindas e relatos de sonhos realizados. Encontrei no meu ano benfeitor a consolidação do meu sonho de empatia e propósito vividos em tempo integral – e em âmbito profissional – e mandei um beijinho no ombro para todos que me disseram que isso não era possível. Encontrei no meu ano benfeitor inspiração suficiente para dar para todos aqueles que mesmo fora da Benfeitoria querem levar um pouquinho da cultura benfeitora para suas vidas e trabalhos. Hoje, a rotina de cinco horas na faculdade se mantém e se encaminha para o fim, as seis horas no trabalho ainda existem – com muito prazer, e o caminho de volta para casa é em cima da bike. Se o trânsito de antes era metáfora, a bicicleta também o é: sou eu a dona da minha velocidade e do meu caminho. E mais: estou com a vida-como-eu-quero-que-seja em movimento. Vivo há um ano a mudança benfeitora que quero ver. Sai do trânsito você também!
Comentários