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Uma empresa que te incentiva a voar
Se você está em busca de um relato pessoal e quer saber mais sobre como uma relação humana com seus funcionários pode transformar a vida de uma pessoa, seja bem-vinda(o). “A gente quer te ver voar” Foi o que eu ouvi há 01 ano atrás, quando apresentei uma proposta louca de trabalhar à distância dos Estados Unidos e fazer um curso de Marketing Cultural. E a Benfeitoria não só quis me ver voar, como vem me ajudando alcançar diferentes sonhos desde o meu primeiro dia na empresa. Desde abril de 2014, quando fui contratada como estagiária, recebi suporte e apoio para conquistar os meus objetivos, dentro e fora da empresa. Percebi que o Cuidado e Confiança, uns dos valores da empresa, iam além do discurso: elas estavam presentes do dia a dia da empresa. E aqui estou eu, morando em NYC há 01 mês e seguindo o meu trabalho na Benfeitoria. Quando me mudei para cá, as pessoas duvidaram que eu continuaria trabalhando na mesma empresa, afinal dizem por aí que os Estados Unidos é um mundo de oportunidades. E, dentro de tantas oportunidades, percebi que nada é mais importante do que trabalhar com o que você acredita. Por isso estou aqui, escrevendo esse post para compartilhar com vocês que quando uma empresa te permite voar, você não quer ficar longe. Você vai, mas sempre querendo voltar e compartilhar os os novos aprendizados para um crescimento conjunto de equipe. Entrei na Benfeitoria em busca de estágio e encontrei propósito. Aqui, entendi que estar dentro de um lugar em que todos os funcionários acreditam na missão da empresa, isso te faz crescer como profissional; que estar em um lugar em que os sócios-fundadores entendem e incentivam que você tenha uma vida além do trabalho, te faz crescer como pessoa. E na Benfeitoria, quanto mais você cresce, mais espaço você encontra para inovar e fazer a Benfeitoria crescer junto com você. Para finalizar esse relato pessoal, só queria registrar que: Eu volto logo! <3
Faça o trabalho que você acredita, não aquele que você ama
Já virou clichê: um texto inspirador narrando como nascemos para fazer aquilo que a gente ama. Devemos largar o emprego, respirar fundo, tomar coragem e começar uma aventura trabalhando com o que nos traz felicidade profunda. E isso tudo pode ser, sim, verdade. Simplesmente não vale a pena usar a maior parte do nosso tempo em uma coisa que não nos dá prazer. O que me intriga, porém, não são as pessoas que não gostam do seu trabalho, sim as pessoas que não acreditam nele. Seja por não acreditarem no produto (ou serviço) que oferecem ao mundo, seja por não acreditar na forma como aquilo é oferecido. Temos um exército de pessoas que aceitam a ideia de que o mundo do trabalho é isso aí mesmo, que as relações entre pessoas e empresas funciona assim e que a gente deve trabalhar para quem nos oferece as melhores condições, sem traçar qualquer conexão entre o nosso trabalho e as consequências que a empresa traz para o mundo, boas ou ruins. Mas existe muita ideologia por trás do discurso de que o trabalho não é ideologia. Quando a gente aprende que trabalho é trabalho, lazer é lazer, política é política e essas são todas dimensões separadas da vida, estamos nos adequando a uma narrativa meticulosamente construída. O trabalho que você faz molda o mundo que você vive. Por isso, escolha um trabalho que você acredita, não necessariamente um que você ama. Se der para juntar as duas coisas, perfeito! Mário Sérgio Cortella, grande filósofo brasileiro, tem uma linda palestra na qual ele narra a sua experiência como secretário de educação em São Paulo. “No andar onde eu trabalhava tinha uma cozinha onde ficava a Dona Maria, que fazia café para servir no gabinete do secretário.”, ele conta. “Sabe o que Dona Maria achava que fazia ali?” A resposta não poderia ser mais simples: “Café.” Como secretário, Cortella fazia muitas visitas oficiais em escolas que estavam sendo inauguradas. Eventos que tinham banda, comida, comemoração, faixa sendo cortada, crianças cantando em coro… Ele então deicidiu mudar a lógica: passou a levar os servidores do dia-a-dia para essas visitas, não os seus assessores políticos. Dona Maria foi a primeira. “De repente ela entendeu que o que ela fazia na secretaria de educação não era café. Era educação.” Esse pensamento simples transformou o trabalho na secretaria. Quando separamos aquilo que nós fazemos como indivíduos daquilo que estamos ajudando a construir, o resultado é muito perigoso. Desumanizamos o trabalho. Enquanto a gente se adequar e fechar o nariz para as coisas erradas que as empresas fazem – seja na sua cadeia de produção, seja na relação com o meio ambiente, seja na forma como trata os seus funcionários – estaremos compactuando com isso. Talvez até pior: estaremos ajudando isso tudo a acontecer. Eu não estou sugerindo aqui que é fácil encarar o patrão, estufar o peito e se impor. Não estou dizendo que as relações de trabalho dão sempre esse tipo de abertura. Por outro lado, acredito sim que a gente subestima o nosso potencial transformador quando estamos dentro de uma organização. Pessoas simples fazendo coisas pequenas em lugares pouco importantes, geram mudanças extraordinárias. Também não espero que essa postura seja escrita em pedra. Cada momento de vida pede uma resposta. O que é inegociável para você hoje? Pode ser que amanhã isso mude. Um trabalho que você acredita não necessariamente precisa ter o objetivo de salvar o mundo. Se você quer vender chocolate, ser DJ ou dirigir um táxi, ótimo! Como esse trabalho impacta a sua vida e a de outros – ao seu lado ou bem longe de você – é o ponto que merece pelo menos uma reflexão crítica. Isso tudo não vem sem contradições. E muitas vezes a linha é muito tênue. Onde está o limite? Em geral é uma pergunta bastante pessoal. No que você acredita? Particularmente, eu não acredito na indústria das armas. Para mim, é um produto que não faz sentido como produção e comercialização em massa e eu nunca usaria meu esforço, minha energia e criatividade para vendê-lo. Não quero trabalhar com essas empresas. Mas essa é a minha cabeça. Tenho um grande amigo que faz parte de clube de tiro, adora armas e pratica tiro esportivo sempre que pode. Talvez ele adorasse fazer um projeto com esse pessoal. E eu não vou julgá-lo por isso. No final das contas, as escolhas estão dentro de cada um. O mais importante é ter uma visão crítica sobre aquilo que estamos construindo. Seu trabalho é também o seu legado. Se é para aceitar ou se adequar a alguma coisa, que essa seja pelo menos uma decisão consciente. O piloto automático é a armadilha. O mundo certamente seria um lugar melhor se o que a gente faz fosse mais alinhado com o que a gente acredita, mesmo que eu e você acreditemos em coisas diferentes. “A vida é muito curta para ser pequena.”, dizia Benjamin Disraeli. — PS: algumas discussões interessantes surgiram depois da publicação do post e, com elas, aquela ansiedade de não ter abordado certos aspectos, não ter conseguido aprofundar em outros… Esse texto não tem o intuito de cobrir todas as questões, mas de servir de provocação e gerar uma discussão sobre o tema. E eu vou ter que conviver com o fato de não ter falado sobre isso ou aquilo.
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