Matchfunding: uma nova maneira de pensar projetos

Definimos a Benfeitoria como um grande experimento colaborativo. Queremos testar modelos, desafiar paradigmas, lançar projetos, prototipar soluções… Queremos envolver diferentes esferas sociais em colaboração direta para criar coisas que não poderiam ser criadas por cada indivíduo de forma independente. Uma das grandes perguntas sempre foi: como conseguir engajar, de forma legítima, grandes empresas nessa nova economia? Como criar ações com grandes marcas, mas gerando impacto real, sem incentivar um discurso vazio que nunca se materializa na prática? Ao longo de quatro anos e meio, fomos construindo esses pilotos e aprendendo sempre uma coisa nova com cada um. O lançamento da primeira plataforma de financiamento coletivo do mundo a não cobrar comissão, apostando em um modelo de comissão voluntária nos ensinou a criar relações de igual-para-igual com a multidão, sem endeusar sua força, mas sem subestimar seu senso crítico como grupo. No Reboot, aprendemos como é complexa a gestão de um trabalho em rede, mas também como as pessoas estão dispostas a mergulhar de cabeça em uma missão que faça sentido para elas. Por último, a rede de sócios-benfeitores nos mostrou a quantidade de coisas que não sabemos (às vezes, sobre o nosso próprio negócio) e como precisamos ser humildes para ouvir e construir o nosso futuro juntos. O Rio+ foi um enorme desafio de articulação. Juntamos o governo municipal, universidade, a sociedade civil e uma empresa muito especial: a Natura, que topou encarar a aventura conosco, mesmo sem ter certeza de qual seria o resultado. Matchfunding O Matchfunding é um modelo de Crowdfunding, ou seja, de financiamento coletivo, em que ocorre a participação de uma empresa ou instituição. Também conhecido como financiamento coletivo turbinado, ele possui um funcionamento bem simples: para cada real que uma pessoa colocar em um projeto de financiamento coletivo, a empresa ou instituição participante duplica ou triplica o valor. Ou seja, se o projeto arrecadar R$25.000 através da multidão, o patrocinador coloca mais R$25.000 na conta. É bom para o projeto, que recebe um impulso a mais. É bom para o colaborador, que recebe a recompensa em dobro. É bom para o patrocinador, que ajuda a tirar projetos relevantes do papel com a ajuda da inteligência coletiva. Mas como implementar esse modelo na prática? Como convencer uma empresa a patrocinar um projeto que ela não sabe qual é, ainda mais com a possibilidade de insucesso da arrecadação? A nossa cultura corporativa não lida bem com o erro. Os tropeços eventuais não são vistos como partes do processo de aprendizado, mas como fracassos que precisam ser evitados e, muitas vezes, punidos. Com isso, os executivos das empresas são incentivados a não arriscar, a investir apenas em resultados garantidos. Em resumo: a não inovar. De novo, a Natura mostra que está disposta a buscar o novo. Foi ela a primeira empresa a topar o desafio. E assim nasceu o Canal de Matchfunding Natura Cidades. natura cidades O processo é simples. Primeiro, uma convocação de projetos. Podem (e devem) se inscrever iniciativas que tornem a cidade mais bonita, mais acolhedora e mais propícia aos encontros, que serão executadas no primeiro semestre de 2016. Após um processo de seleção dos projetos recebidos, serão montadas campanhas de financiamento coletivo para cada um dos escolhidos no site da Benfeitoria. A meta de arrecadação deve ser entre R$10.000 e R$100.000, onde metade deste valor será bancado pela Natura no esquema de matchfunding: para cada real arrecadado, ela coloca mais um. Até o fim de 2015, rola a arrecadação. E no primeiro semestre do ano que vem, a implementação dos projetos. E aí? Curtiu? Então espalha a notícia! Tem um projeto que pode se encaixar? Então manda pra gente!

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A experiência do sócio-benfeitor

O que é a Benfeitoria? Uma empresa? Um negócio social? Um coletivo? Um movimento? Uma ideia? Somos sim tudo isso. E muito mais. Eu gosto de pensar na Benfeitoria como um espaço de experimentação, onde estamos sempre buscando novos modelos, novas ferramentas e novos tipos de interação que nos permitam criar em cima daquilo que a gente acredita. Neste sentido, a gente vem experimentando sem parar desde o início. Em 2011, criamos a primeira plataforma gratuita de financiamento coletivo do mundo. Em 2013, colocamos governo, empresas, academia e sociedade civil para trabalhar juntos em um novo modelo de inovação para a cidade. Em 2014, juntamos uma galera para discutir o futuro da nossa economia e das relações humanas e institucionais num modelo totalmente diferente de festival. Também em 2014, nos dedicamos a repensar o financiamento coletivo e imaginar interações mais longas e mais profundas. Afinal, algumas iniciativas não querem financiar um projeto pontual, com início-meio-e-fim, mas precisam de apoio para manter o próprio núcleo do trabalho, pensando, então, em uma sustentabilidade a longo prazo. Para esses casos, nasceu o Recorrente, um novo modelo de financiamento contínuo, onde pessoas comuns apoiam financeiramente as iniciativas que acreditam. Aqui não se trata de uma decolagem rápida, e sim de um looongo vôo. Em 2015, no aniversário de quatro anos da Benfeitoria, nos jogamos de cabeça em um experimento ainda mais ousado, mas igualmente lindo. Começamos a financiar a própria Benfeitoria dentro do Recorrente, em uma campanha que batizamos de Sócio-Benfeitor, onde convidamos as pessoas que acreditam no nosso trabalho a serem parte do que estamos construindo. E quando eu digo “ser parte”, é muito mais do que dar uma grana mensal e receber um e-mail de novidades uma vez por mês. Queremos que essas pessoas sejam parte do nosso núcleo pensante. A gente acredita que um grupo é sempre mais inteligente que o mais inteligente do grupo, então essas pessoas chegam exatamente para criar com a gente o futuro do que vai ser a Benfeitoria! Não foi fácil. Mesmo em uma empresa pequena e que fala de colaboração e inovação, é bem mais fácil concentrar decisões e ter controle sobre os processos. Perder o controle não é uma tarefa trivial, que se faz de um dia para o outro. Mas com certeza vale a pena. O dinheiro está sendo importante, claro. Mas os aprendizados desta experiência fizeram o nosso pequeno grupo virar um vulcão de ideias em plena erupção! Estamos conhecendo melhor sobre o nosso próprio trabalho, sobre a nossa comunicação, sobre as nossas ferramentas… Os sócios-benfeitores são protagonistas da nossa história. E a responsabilidade pelo rumo deste barco está nas mãos de centenas de pessoas agora. Outro dia me perguntaram: “Mas como fazer essas pessoas serem protagonistas? Como fazer elas sentirem que estão sendo ouvidas?” A resposta não poderia ser mais simples: Ouça-as. Ponto final. Se você vai se propor a ouvir, faça isso de verdade. Se dedique a isso, desmanche todas as verdades que você tem na cabeça e esteja disposto a repensar tudo que você sabe sobre o seu próprio negócio. As pessoas não são idiotas. Elas sabem quando você está realmente escutando. E quando você abre a porta e escuta de verdade, elas te ensinam muito, às vezes mesmo sem querer! Com a gente tem sido assim. Um experimento complexo, até meio maluco, mas que nos deu um novo gás e faz a Benfeitoria se transformar todos os dias. E você? Vem mirabolar com a gente? É só clicar aqui.

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Olá, mundo!

A Benfeitoria volta a ter um blog! Queremos manter isso aqui atualizado com novidades, planos, sonhos e pensamentos sobre o mundo. Não tem muita regra. O blog é para falar de tudo que está envolvido na Benfeitoria, desde apresentar projetos de financiamento coletivo, até discutir novos modelos de negócio. Como tudo aqui é colaborativo, queremos convidar parceiros e amigos para usar esse espaço também. Sem mais delongas, seja bem-vindo ao nosso novo blog!

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